Se você fez primeira comunhão como eu, ou cresceu num lar católico como a maioria dos brasileiros, deve saber que a Páscoa representa a ressurreição de Cristo. Mas ninguém nunca explicou muito bem o que o coelho e o ovo estavam fazendo nessa história. Se a gente der uma olhadinha no que rolava antes do Cristianismo, teremos uma surpresa!A Wicca, religião pagã baseada em antigas culturas místicas como os celtas, celebra a Óstara ou Eostre em homenagem à Deusa Eostre no período da Páscoa. Daí veio o nome em inglês da Páscoa (Easter). A Óstara é celebrada no primeiro domingo depois da primeira Lua Cheia, depois do Mabon (na Roda Sul), que é o equinócio de Outono. Geralmente entre os dias 19 e 22 de Março. No Hemisfério Norte, ela é celebrada no Equinócio da Primavera.
A raiz da Wicca é a magia celta. A origem dos celtas ainda é tema de estudos. Ao que parece, tudo começou quando tribos indo-européias migraram do Vale do Danúbio para a Ásia ao Leste, para o Mar Mediterrâneo ao Sul, para a Escandinávia ao Norte e para as ilhas Celtas, ao Oeste. Eles espalharam sua cultura, seus conhecimentos e sua espiritualidade e isso explica porque encontramos semelhanças e analogias em religiões e culturas diversas como a hindu na Índia e a celta no Oeste europeu. Eis também mais uma razão para estudar tudo com a mente aberta. As raízes celtas são mais profundas e extensas do que imaginamos. Os celtas eram muito ligados à cultura nórdica e germânica (mais do que as mediterrâneas e ocidentais) e levaram seu conhecimento em suas várias migrações. Eles seguiram a corrente do Danúbio, indo para a Escócia, Inglaterra, País de Gales, Irlanda e a antiga Britânia (atual França). A ligação dos celtas com o Danúbio lhes rendeu o nome “filhos de Danu”. Em irlandês, “Tuatha De Dannan”.
Apesar de alguns wiccanos ortodoxos reclamarem muito da mistura feita pelos bruxos modernos, a cultura celta é, em si, uma grande colcha de retalhos, pois com as constantes invasões, os celtas receberam influências das mais diversas. Só a Irlanda, segundo a história mitológica, sofreu cinco invasões. Assim, wiccanos sempre estiveram envolvidos com cultos cristãos por causa da influência da família e do grupo social. Provavelmente, wiccanos sempre comemoraram a Páscoa e outras datas cristãs antes mesmo de saberem que essas mesmas datas nasceram das tradições pagãs. A Wicca é livre e seus seguidores podem manter sua antiga fé, adaptando-a ao aprendizado mágico que é o cerne da Wicca.
Mas e o coelho e os ovos?
A Deusa Eostre é a Deusa que celebramos na Óstara e sua história é muito bonita. Conta a lenda que ao ver um pássaro ferido na neve, ela foi tentar ajudá-lo e o transformou em uma lebre Só que a transformação não foi completa e a lebre continuou com a habilidade de pôr ovos. Como agradecimento, a Lebre levou um de seus ovos para a deusa, que ficou tão encantada com a originalidade do presente que decretou que, a partir de então, todas as crianças do mundo ganhariam ovos nesta época. Daí veio a representação do Coelho da Páscoa (que a maioria não diferencia de uma lebre) e do hábito de se dar ovos de presentes.
Antigamente, pintava-se runas e símbolos do seu desejo nos ovos, mas um sempre tinha que ser enterrado como um presente para a Mãe Terrra. Outra referência à Lebre que a Lebre da Páscoa era o animal sagrado da deusa teutónica da Primavera, Eostre, Deusa Lunar que dava fertilidade à terra e possuía cabeça de Lebre.
A Deusa Eostre era a Grande Deusa Mãe saxónica da Alvorada, da Luz Crescente da Primavera e do Renascimento da Vegetação e era também conhecida por outros nomes: Ostare, Eostur, Ostara, Eostra, Ostern, Aysos e Austron. Ela também está ligada à deusa grega Eros, grega, e à deusa romana Aurora. As duas são deusas do Amanhecer, e por isso festejamos um novo ciclo, um renascimento, na Ostara (na tradição cristã, a Ressurreição de Cristo). Eostre também estava relacionada à Ishtar e Astarte, deusas do amor na Babilônia, o que remete ao sentimento de amor, amizade, união e harmonia que deveriam ser praticadas nessa época (e no resto do ano, de preferência).
E a carne na Sexta-feira Santa?
À princípio, não há nada na tradição celta que eu conheça que impeça a ingestão de carne na Sexta-Feira Santa, mas como a Óstara comemora um renascimento, é comum se fazer um ritual de morte antes, geralmente na sexta-feira. Nesse ritual, nós morremos com nossos problemas, dores, tristezas e mágoas, entregando tudo isso para o Universo, para a Grande Mãe e o Grande Pai, e pedindo uma chance para recomeçar. É um ritual de muita concentração, muita auto-análise e, geralmente, muitas lágrimas. Mas quando ele termina, estamos prontos para renascer para a felicidade que a Divindade deseja para seus filhos. Em rituais como este, é normal que se evite comidas pesadas, como carne, pois o espírito precisa ficar mais sutil para se elevar aos planos superiores, aos nossos mestres e mentores.
Eddie Van Feu
Apesar de alguns wiccanos ortodoxos reclamarem muito da mistura feita pelos bruxos modernos, a cultura celta é, em si, uma grande colcha de retalhos, pois com as constantes invasões, os celtas receberam influências das mais diversas. Só a Irlanda, segundo a história mitológica, sofreu cinco invasões. Assim, wiccanos sempre estiveram envolvidos com cultos cristãos por causa da influência da família e do grupo social. Provavelmente, wiccanos sempre comemoraram a Páscoa e outras datas cristãs antes mesmo de saberem que essas mesmas datas nasceram das tradições pagãs. A Wicca é livre e seus seguidores podem manter sua antiga fé, adaptando-a ao aprendizado mágico que é o cerne da Wicca.
Mas e o coelho e os ovos?
A Deusa Eostre é a Deusa que celebramos na Óstara e sua história é muito bonita. Conta a lenda que ao ver um pássaro ferido na neve, ela foi tentar ajudá-lo e o transformou em uma lebre Só que a transformação não foi completa e a lebre continuou com a habilidade de pôr ovos. Como agradecimento, a Lebre levou um de seus ovos para a deusa, que ficou tão encantada com a originalidade do presente que decretou que, a partir de então, todas as crianças do mundo ganhariam ovos nesta época. Daí veio a representação do Coelho da Páscoa (que a maioria não diferencia de uma lebre) e do hábito de se dar ovos de presentes.
Antigamente, pintava-se runas e símbolos do seu desejo nos ovos, mas um sempre tinha que ser enterrado como um presente para a Mãe Terrra. Outra referência à Lebre que a Lebre da Páscoa era o animal sagrado da deusa teutónica da Primavera, Eostre, Deusa Lunar que dava fertilidade à terra e possuía cabeça de Lebre.
A Deusa Eostre era a Grande Deusa Mãe saxónica da Alvorada, da Luz Crescente da Primavera e do Renascimento da Vegetação e era também conhecida por outros nomes: Ostare, Eostur, Ostara, Eostra, Ostern, Aysos e Austron. Ela também está ligada à deusa grega Eros, grega, e à deusa romana Aurora. As duas são deusas do Amanhecer, e por isso festejamos um novo ciclo, um renascimento, na Ostara (na tradição cristã, a Ressurreição de Cristo). Eostre também estava relacionada à Ishtar e Astarte, deusas do amor na Babilônia, o que remete ao sentimento de amor, amizade, união e harmonia que deveriam ser praticadas nessa época (e no resto do ano, de preferência).
E a carne na Sexta-feira Santa?
À princípio, não há nada na tradição celta que eu conheça que impeça a ingestão de carne na Sexta-Feira Santa, mas como a Óstara comemora um renascimento, é comum se fazer um ritual de morte antes, geralmente na sexta-feira. Nesse ritual, nós morremos com nossos problemas, dores, tristezas e mágoas, entregando tudo isso para o Universo, para a Grande Mãe e o Grande Pai, e pedindo uma chance para recomeçar. É um ritual de muita concentração, muita auto-análise e, geralmente, muitas lágrimas. Mas quando ele termina, estamos prontos para renascer para a felicidade que a Divindade deseja para seus filhos. Em rituais como este, é normal que se evite comidas pesadas, como carne, pois o espírito precisa ficar mais sutil para se elevar aos planos superiores, aos nossos mestres e mentores.
Eddie Van Feu
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